30.10.17

JACOB DO BANDOLIM - Jacob Revive Músicas de Ernesto Nazareth [1955] RCA / LP / FLAC

Jacob Pick Bittencourt (1918-1969), além de ser um dos maiores compositores e intérpretes de choro que o Brasil já viu, foi também um grande nazarethiano.
Em 1951, quando tinha 33 anos, gravou oito músicas de Ernesto Nazareth com o regional do Canhoto, que foram depois relançadas em 1955 no LP "Jacob Revive Músicas de Ernesto Nazaré". Depois gravou mais 11 de suas músicas em diferentes LPs, incluindo o antológico Vibrações, de 1967.
Não seria exagero dizer que várias das músicas de Nazareth são hoje tocadas em rodas de choro graças às gravações de Jacob, que pavimentaram o caminho para que diversos outros bandolinistas tocassem suas obras, como Déo Rian, Ronaldo do Bandolim, Hamilton de Holanda, Pedro Amorim e Danilo Brito.
Além dessas 19 gravações, alguns documentos presentes no espólio de Jacob confirmam sua imensa admiração por Nazareth.

Em primeiro lugar, chama a atenção uma tabela datilografada listando a obra completa de Nazareth em ordem alfabética, classificando uma a uma como “fraca”, “boa” ou “ótima”.  Colunas subsequentes indicam se Jacob já as havia transcrito para bandolim, se a peça havia sido editada, e se ele possuía a partitura impressa para piano.
Segundo o somatório feito por Jacob, ele possuía 142 partituras da obra de Nazareth. É interessante notar que ele chegou a transcrever para bandolim um grande número de peças que não gravou. São elas: Bambino, Carioca, Chave de Ouro, Divina, Duvidoso, Elétrica, Eponina, Escorregando, Escovado, Famoso, Favorito, Garoto, Guerreiro, Mandinga, Matuto, Perigoso, Ranzinza, Rayon d’or, Reboliço, Remando, Sarambeque, Thierry, Traveso e Tupynambá. É tentador imaginar como Jacob as teria tocado. Essas 24 peças, por sinal, poderiam integrar um disco chamado “O Nazareth que Jacob não gravou”, por bandolinistas de hoje.

Além desta tabela, encontramos uma listagem cronológica de toda a obra (baseada no catálogo da Biblioteca Nacional publicado em 1963), outra listagem de obras por gênero, listagem em ordem alfabética dos dedicatários de cada música destacando os parentes, uma linha do tempo da obra com algumas considerações de Jacob, o nome dos letristas parceiros, e um ensaio biográfico de seis páginas que provavelmente contou com entrevista da D. Eulina, filha de Ernesto.

Jacob, portanto, tinha grande conhecimento da obra e vida de Nazareth.

Em uma famosa roda de choro que realizou com o conjunto Época de Ouro na casa da pianista Neusa França em Brasília, 1967, Jacob afirmou, depois que as pessoas presentes lhe pediram que tocasse o Apanhei-te cavaquinho:

“Mas o Apanhei-te, cavaquinho que eu toco é completamente diferente do que se.”

[A plateia insiste]. “Não sei. Vamos ver se sai. Eu toco o Apanhei-te, cavaquinho que eu tenho a impressão que Nazareth gostaria de ouvir. É um pouco de presunção da minha parte, ouviu, mas eu tenho a impressão que o Apanhei-te, cavaquinho que ele gostaria de ouvir era esse”. E em seguida tocou-o de maneira lenta, seguindo a indicação que lera na partitura: “muito própria para serenatas”. Jacob Pick Bittencourt (1918-1969), além de ser um dos maiores compositores e intérpretes de choro que o Brasil já viu, foi também um grande nazarethiano.

Em 1951, quando tinha 33 anos, gravou oito músicas de Ernesto Nazareth com o regional do Canhoto, que foram depois relançadas em 1955 no LP "Jacob Revive Músicas de Ernesto Nazaré". Depois gravou mais 11 de suas músicas em diferentes LPs, incluindo o antológico Vibrações, de 1967.

Não seria exagero dizer que várias das músicas de Nazareth são hoje tocadas em rodas de choro graças às gravações de Jacob, que pavimentaram o caminho para que diversos outros bandolinistas tocassem suas obras, como Déo Rian, Ronaldo do Bandolim, Hamilton de Holanda, Pedro Amorim e Danilo Brito.

Além dessas 19 gravações, alguns documentos presentes no espólio de Jacob confirmam sua imensa admiração por Nazareth.

Em primeiro lugar, chama a atenção uma tabela datilografada listando a obra completa de Nazareth em ordem alfabética, classificando uma a uma como “fraca”, “boa” ou “ótima”.  Colunas subsequentes indicam se Jacob já as havia transcrito para bandolim, se a peça havia sido editada, e se ele possuía a partitura impressa para piano.

Segundo o somatório feito por Jacob, ele possuía 142 partituras da obra de Nazareth. É interessante notar que ele chegou a transcrever para bandolim um grande número de peças que não gravou. São elas: Bambino, Carioca, Chave de Ouro, Divina, Duvidoso, Elétrica, Eponina, Escorregando, Escovado, Famoso, Favorito, Garoto, Guerreiro, Mandinga, Matuto, Perigoso, Ranzinza, Rayon d’or, Reboliço, Remando, Sarambeque, Thierry, Traveso e Tupynambá. É tentador imaginar como Jacob as teria tocado. Essas 24 peças, por sinal, poderiam integrar um disco chamado “O Nazareth que Jacob não gravou”, por bandolinistas de hoje.

Além desta tabela, encontramos uma listagem cronológica de toda a obra (baseada no catálogo da Biblioteca Nacional publicado em 1963), outra listagem de obras por gênero, listagem em ordem alfabética dos dedicatários de cada música destacando os parentes, uma linha do tempo da obra com algumas considerações de Jacob, o nome dos letristas parceiros, e um ensaio biográfico de seis páginas que provavelmente contou com entrevista da D. Eulina, filha de Ernesto.

Jacob, portanto, tinha grande conhecimento da obra e vida de Nazareth.

Em uma famosa roda de choro que realizou com o conjunto Época de Ouro na casa da pianista Neusa França em Brasília, 1967, Jacob afirmou, depois que as pessoas presentes lhe pediram que tocasse o Apanhei-te cavaquinho:

“Mas o Apanhei-te, cavaquinho que eu toco é completamente diferente do que se.”

[A plateia insiste]. “Não sei. Vamos ver se sai. Eu toco o Apanhei-te, cavaquinho que eu tenho a impressão que Nazareth gostaria de ouvir. É um pouco de presunção da minha parte, ouviu, mas eu tenho a impressão que o Apanhei-te, cavaquinho que ele gostaria de ouvir era esse”. E em seguida tocou-o de maneira lenta, seguindo a indicação que lera na partitura: “muito própria para serenatas”. http://www.ernestonazareth150anos.com.br
Tracklist
Lado A
01 – Atlântico
02 – Nenê
03 – Saudade
04 – Confidências
Lado B
01 – Tenebroso
02 – Odeon
03 – Faceira
04 – Turbilhão de Beijos

JACOB DO BANDOLIM
Jacob Revive Músicas de Ernesto Nazaré
RCA Victor / LP / FLAC

O Púbis da Rosa

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